4.11.2 Estator: Como reenrolar (tipologias)

Para rotores de baixa tensão (<690V) que compõem os motores abrangidos pela portaria interministerial n°1 de 2017, também chamados de motores de enrolamento de bobinas randômicas, os novos enrolamentos devem ser similares ou superiores aos enrolamentos originais. Sendo assim, a área de seção dos condutores, o número de espiras e o modelo de montagem, devem ser no mínimo iguais às especificações originais. Mas considerações devem ser feitas para uma melhoria (principalmente se o motor for acionado por conversor de frequência), de forma a atender ou melhorar os requisitos de eficiência energética, atentando-se para que o espaço que recebe as espiras não fique sobrecarregado.

Os condutores do estator devem ser enrolados de forma correta e compacta, com um mínimo de ocorrência de cruzamento de condutores, bem como o processo de enrolamento deve ser de tal forma que não danifique o isolamento dos condutores, portanto sempre deve-se priorizar ferramental de apoio feito de material não contundente, rígido ou pontiagudos, escolhendo sempre plásticos, borrachas, nylons ou similares para a realização dessa tarefa. A figura 3 é aqui repetida como Figura 10 para facilitar o acesso.

Figura 10 - Exemplo de espátulas de nylon não abrasivas

Figura 10 - Exemplo de espátulas de nylon não abrasivas

Fonte: https://www.vonder.com.br/produto/jogo_de_espatulas_de_nylon_com_11_pecas_vonder/7543

Para manter o desempenho eficiente e a rigidez mecânica dos enrolamentos, as cabeças dos enrolamentos e o comprimento médio das espiras devem ser mantidos não maiores que o enrolamento original, mantendo a projeção de enrolamento final; complementando, para   manter as distâncias adequadas de isolação e escoamento, moldar as espiras para que fiquem compactas em seu arranjo físico e realizar a correta amarração, mantendo as características originais ou dados fornecidos pelo fabricante;

Os enrolamentos podem ser modificados para enrolamento tipo imbricado, de forma diferente de máquinas com enrolamentos tipo concêntrico, na medida em que os novos enrolamentos possuam o mesmo fluxo magnético por polo de acordo com o enrolamento original. Para isso deve-se consultar motor com características similares no manual do fabricante. Essa é uma boa prática tendo em vista que em essência, geralmente, motores com enrolamento concêntrico são mais ineficientes que motores do tipo imbricado.

Figura 11 - Exemplo de tipos de enrolamentos (em amarelo) do tipo imbricado e concêntrico
Figura 11 - Exemplo de tipos de enrolamentos (em amarelo) do tipo imbricado e concêntrico

O enrolamento tipo imbricado pode auxiliar a minimizar as dimensões da cabeça dos enrolamentos e o comprimento médio da espira. Como todas as espiras possuem a mesma exposição ao fluxo de ar, o resfriamento pode também ser melhorado. O isolamento de fase e os dispositivos de fixação dos enrolamentos para permitir a resistência mecânicas são também melhorados.

Convém que cuidados sejam tomados para não reduzir muito o comprimento médio da espira (MLT), o que pode prejudicar a ventilação da máquina, podendo afetar o resfriamento dos enrolamentos;

O número de polos, o passo dos polos e a direção da rotação podem ser verificados com corrente contínua e bússola, se necessário.

Outro método, utilizado somente em último caso, para identificação do projeto do motor é realizar os seguintes cálculos para resultados aproximados, referente a motores trifásicos, assimétricos, de rotor de gaiola de esquilo, de tensão até 690V~ , para quando se tem somente a informação de placa do motor:

Di = diâmetro interno do estator

L = Comprimento do pacote

P = número de polos

N = número de ranhuras

B = indução estimada do entreferro (5KGaus)

F = Frequência (Hz)

V = Tensão (V)

I = Corrente (A)

p = passo médio

Ε𝜀 = fator de enrolamento

tp = passo polar

∅= fluxo magnético

ZL = Espiras por fase

K = 1 para camada dupla ou 2 para camada única

K1 = número de ligações em paralelo

K2 = 1 para ligação em triangulo e 1,73 para ligação em estrela

S = seção nominal do condutor

D = densidade de corrente

 

Fator de ocupação de ranhuras:

Tabela 1 – Tabela de Fator de ocupação de ranhuras

Fonte: Manual de Bobinagem – Motores Elétricos de Indução WEG

 

O fator de enrolamento pode ser extraído da seguinte tabela:

Tabela 2 – Tabela de fator de enrolamento

Fonte: Manual de Bobinagem – Motores Elétricos de Indução WEG

Calculadora de Eficiência Energética

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